quinta-feira, 27 de agosto de 2009

GRIPE A

Tão empolada pelos “média”, como se o fim do mundo se avizinhasse, hoje não se fala em muitos mais assuntos para além da Gripe Suína. A pandemia, que até prova em contrário, não faz um décimo das vítimas que faz a gripe Sazonal. Alarmemo-nos portanto?
Será que há interesses económicos por trás deste fenómeno? Será que há alguém ou alguma multinacional a encher os cofres com a mediatização a que assistimos e nos assusta e, por conseguinte, nos faz tomar atitudes que vão ao encontro de interesses menos claros? Enfim, são conjecturas que o leigo e o mais comum dos mortais têm o direito e a legitimidade de tecer.
E se em minha opinião, aquilo a que hoje assistimos na comunicação social raia um pouco a especulação e o sensacionalismo – disso não tenho dúvidas –, já a resposta das entidades competentes tem sido por demais meritória, se bem que muitas vezes forçada pelo enorme poder que tem o lobby da comunicação social, que obriga a medidas na proporção das notícias com que diariamente somos bombardeados.
Por outro lado, não podemos cair na face oposta, de negligência ou menosprezo do fenómeno. Efectivamente esta situação é para levar a sério, mas sem o pânico ou a fobia que hoje muitas pessoas sentem e que os noticiários alimentam.

O que é afinal a GRIPE A?
É uma forma de gripe... e como tal uma doença respiratória aguda, causada por um vírus (tipo A) com uma agressividade semelhante à do vírus da Gripe Sazonal, manifestando-se com um quadro semelhante a esta, durante um período de 7 a 10 dias até ao seu desaparecimento. Existem, actualmente, 3 subtipos do vírus (H1N1, H1N2 e H3N2), sendo o presente surto atribuído ao H1N1.
A sua transmissão pode-se fazer entre humanos pela tosse, espirros, o contacto com objectos contaminados levando de seguida as mãos ao nariz ou boca, mas não se transmite pelo consumo de alimentos (carne de porco ou aves ou seus derivados) pois a temperatura da cozedura elimina o vírus. Este vírus contém genes das variantes humana, aviaria e suína e é semelhante à da Gripe Sazonal. O período de contágio corresponde aos tais 7-10 dias de sintomas.
Como na Gripe Sazonal, as formas da doença são ligeiras, na sua maioria, e as pessoas que a contraem ficam imunizadas.



Mas se é tão semelhante à Gripe Sazonal, então porquê tanto alarmismo?
Podemos considerar alguns factores que contribuem para o diferenciar e levantar algumas questões:




  • É um vírus que o sistema imunitário humano desconhece por completo (embora o vírus da Gripe Sazonal também todos os anos sofra mutações e se apresente com uma “forma” diferente);
  • Surge num período (Verão no hemisfério Norte) em que a incidência dos quadros gripais Sazonais é pouco provável (embora também haja indivíduos com a “Gripe Sazonal” no Verão);
  • Para este vírus específico não há vacina, ainda, como já acontece para a variante Sazonal.

Sintomas prováveis de quem contrai este Vírus:
Mais uma vez se assemelha à Gripe Sazonal – Febre, dores no corpo e de cabeça, sensação de “mal estar” generalizado, sintomas respiratórios (como tosse, espirros, corrimento nasal) que em quadros mais exuberantes poderão causar dificuldade respiratória. Mas o que mais a distingue da Sazonal é a maior frequência de queixas como perda de apetite, náuseas, vómitos e diarreia (muito raros na Gripe Sazonal).
E atenção: O diagnóstico definitivo só pode ser feito pela análise das secreções brônquicas ou sangue.


Tamiflu e Relenza? Para Tratar a Gripe A?
Nem pensar!! As consequências do uso destes antiviricos poderão ser mais nefastas que os da própria doença. Estes só serão utilizados em casos muito específicos, com indicação e sob vigilância clínica (em meio hospitalar se necessário).
O tratamento indicado é o que preconizavam os nossos avós: “repouso e caldos de galinha”. Ou seja, a pessoa com sintomas é aconselhada a ficar em casa, em repouso durante os 7-10 dias de doença, evitando o contacto com outras pessoas (para evitar o contágio a terceiros), além disso a ingestão de líquidos (muitos líquidos) é fundamental, podendo recorrer-se ainda ao uso de analgésicos. Considerar o uso de máscara no caso de ter de sair à rua (para ir ao médico apenas).
Se o doente for uma criança pequena, provavelmente é mais fácil ser o adulto a usar a máscara, seguindo depois as recomendações que refiro mais abaixo. Com a criança é de fundamental importância a postura e a protecção dos pais, nesse sentido, há que procurar manter as rotinas do filho(a), evitar ver constantemente as notícias na televisão e na Net sobre o assunto e expô-lo a eventuais comentários alarmistas entre adultos.
Novamente de uma maneira geral, evitar partilhar toalhas de banho, pratos, copos e talheres. As toalhas e lençóis devem ser lavados a elevadas temperaturas. Limpe e areje diariamente o quarto e a casa de banho. Coloque os panos ou toalhetes de limpeza no lixo.
Não tomar antibióticos, a vacina da Gripe Sazonal também não protege e a vacina para este vírus (quando disponível), poderá reduzir a probabilidade mas a sua eficácia preventiva nunca será de 100%.
Quem teve gripe A fica protegido contra o vírus e pode cuidar de quem está doente, sem correr risco algum.

E nem tudo é mau – se estivermos atentos ao que se passa à nossa volta, ao bombardeamento de recomendações, à mudança de hábitos de alguns dos nossos conhecidos (ou não conhecidos), à postura cívica de algumas pessoas, podemos notar algumas diferenças.
Todo este alerta faz emergir as regras dos “bons hábitos de vida” em termos de higiene pessoal, social e comunitária, de educação cívica e ambiental, que tal como os valores humanos se têm vindo a esquecer em detrimento do egoísmo e egocentrismo, do prazer simples e descuidado.

Pois são estes “bons hábitos” o segredo para evitar o contágio:

  • Lavar frequentemente as mãos, com água e sabão, sobretudo depois de espirrar, tossir ou tocar em objectos que possam estar contaminados; (Pode ainda usar toalhetes descartáveis ou soluções de base alcoólica);
  • Quando tossir ou espirrar, cubrir a boca e nariz com um lenço, de preferência de papel, que deitará fora de seguida, para um recipiente ou saco de plástico para não voltar a ser reutilizado. Não tendo lenço, proteja a emissão de partículas com o cotovelo.
  • Evitar o contacto das mãos com os olhos, boca e nariz;
  • Limpar as superfícies sujeitas a contacto manual com um produto de limpeza normal (maçanetas das portas, etc.);
  • Evitar os grandes aglomerados como centros comerciais, mas não fazer disso uma obsessão;



Grupos de risco são essencialmente:




  • As crianças (muito também pelo trauma relacionado com o efeito alarmista com que as noticias estão a ser divulgadas), sobretudo as crianças com alguma situação clínica concomitante (asma grave, doença imunitária…);
  • Os Idosos, também neste caso, mais vulneráveis se padecem de alguma doença ou debilidade associada;
  • As grávidas, pela diminuição das defesas, inerentes á sua situação;
  • Pessoas no geral com patologias do foro imunitário, ou outra que implique a diminuição da resposta do organismo ao vírus, ou que seja agravada pelo “ataque” do vírus (pneumonia, por exemplo).



E a comunicação fala-nos do "grande" número de infectados no Brasil… Percebe-se porquê? É Inverno/Primavera… mas ouviram isso nas noticias? Então e os números da Gripe Sazonal (no Brasil) que são muito mais elevados que os da Gripe A?

Deixo uns registos interessantes: Das doenças infecciosas, a Gripe A é uma das menos graves. Ela mata tanto quando a Gripe Sazonal, que aparece todos os invernos. O sarampo mata 40 vezes mais. A meningite, 200 vezes mais.

Quando a comunicação social só chama a atenção para as mortes, para os factores negativos da doença, isso é alarmismo. É necessário noticiar, uma obrigação de quem faz a noticia e a divulga é contribuir para que as pessoas conheçam a doença e a maneira de enfrentá-la.



A novidade desta gripe em relação à gripe sazonal é que ela afecta também pessoas "saudáveis". Enquanto a gripe sazonal costuma afectar as crianças – cujo sistema imunológico ainda não está formado – e idosos, mas as estatísticas tendem a revelar que a taxa de mortalidade ligada a infecção pelo H1N1 = 0,16%, enquanto pelo Influenza Sazonal = 0,5% (mais do dobro).

Nós por cá também estamos a entrar na estação mais favorável ao vírus (tal como na Gripe Sazonal), mas quais serão os números contabilizados este ano?

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

ACAREG 2009 Região de Lisboa

Está a decorrer em Ferreira de Zêzere, onde estão, talvez, cerca de 2000 escuteiros e que ontem chegaram vindos de vários pontos da região de Lisboa.
O local é uma maravilha da natureza, onde sobressai o verde da vegetação e a tranquilidade própria destas paisagens. Mas de repente a tranquilidade acaba, e o verde é preenchido com imensas cores, são os escuteiros que chegaram a campo. Mochila às costas, carregados de materiais, risos, gritos, canções e a azáfama da montagem de campo começa.
Tudo está pensado até ao último pormenor para que tudo corra sem percalços. Cada um sabe qual a sua função e tenta desempenha-la o melhor possível.
E se o trabalho da chefia que está com as secções é deveras exigente, não é menos o dos chefes que estão de retaguarda a assegurar os serviços, tais como abastecimentos e distribuição de mantimentos, zona da cozinha e alimentação, zona de lazer, cerimónias, comunicação, secretaria, pronto socorro, tratamento de lixos,...enfim uma verdadeira cidade que se construiu num espaço de 2 dias.
Sob o tema "Homens novos para uma nova Humanidade" foi criada a mística deste evento: "ALLIS UBBA" é uma nave com toda a sua tripulação que chega a Zêzerus e aí permanecem para conhecerem os hábitos, crenças e valores daquele povo.
A cerimónia de abertura, iniciou com a Eucaristia, presidida pelo Patriarca de Lisboa, sendo vivida com muita alegria e continuou com uma encenação espectacular, organizada pelo nosso Núcleo. Aí assistiu-se à chegada da tripulação a Zêzerus e ao encontro dos Terráquios com o povo de Zêzerus que após se entenderem resolveram acampar juntos naquelas terras.
A Bobadela não esteve enquanto Agrupamento, mas foi representada por 3 dirigentes, 1 lobita e 1 explorador. Os dirigentes estiveram na prestação de serviço e preparação da Cerimónia. A lobita e um dos dirigentes participaram activamente na encenação como narradores. O coro e a assembleia foram animados também por um dos dirigentes.
O Explorador e a Lobita vão viver todo o Acareg (sorte a deles). Depois destes 2 dias de montagem de campo começam as actividades de secções que são diversas e muito variadas, mas nós, tivemos de voltar. Foram 2 dias muito intensos e emocionantes para quem nunca viveu uma actividade desta dimensão.
Enquanto passávamos pelos subcampos tivemos a certeza que os nossos escuteiros iriam adorar estar ali, e acho que estamos à altura de vivermos uma actividade destas, por isso, Agrup 1243, qualquer dia vamos nessa, tá?

Raposa Leal