sexta-feira, 24 de julho de 2009

Lobitos... O "porquê" dos 6 ou 7 anos como idade de admissão?

Esta é uma questão que, parecendo banal, ultimamente temos colocado a nós próprios. Porque não se trata apenas de optar por uma idade cronológica, mas quando olhamos este assunto com mais racionalidade e quando vivemos no terreno as situações, a reflexão que nos move perde de imediato esse sentido de banalidade e cresce em acto e decisão de responsabilidade.
Um ano (cronológico) na vida de uma criança parece insignificante, porém um ano de experiências, de vivências, saberes e socialização, para quem conhece um pouco do processo de desenvolvimento e crescimento infantil entende que não é bem assim. Estamos a falar de um ano que é um mundo de transformações ao nível individual e da relação, com consequências tão imediatas que se reflectem, por exemplo, na capacidade de autonomia, no saber ler e na interiorização racional da mensagem exterior.
A transição dos 6/7 anos é com efeito uma fase muito particular no processo de crescimento e desenvolvimento de qualquer jovem, sendo igualmente verdade que qualquer criança tem o seu próprio processo de crescimento, igual e diferente de todas as outras.
Não é objectivo deste texto analisar essa etapa ou fase do desenvolvimento infantil, mas com ela por pano de fundo, levantar uma primeira fonte de reflexão: O que fará mais sentido e será melhor para a criança (entre linhas: entrar para o escutismo aos 6 ou aos 7 anos)?
E é nesta perspectiva – do que é melhor para a criança – que se deve começar a resposta.
Portugal é dos poucos países que ainda admite no escutismo crianças com 6 anos e por vezes com menos. E mais uma vez 6 ou 7 anos parece uma diferença tão insignificante. Mas não, a diferença pode ser abismal, e começa logo pelo grau de independência e autonomia individual, embora também tenhamos de considerar outros aspectos que nos darão o verdadeiro contexto:
Aos seis anos abre-se um novo universo à criança, quer pela entrada na primária, na catequese… quer pelo que isso significa em termos de informação, formação ao nível do saber estar, do saber ser e ao nível do saber saber. Ou seja corresponde a uma fase em que, modo geral, há um autêntico bombardeamento de informação, que só mais tarde, aos 7 anos, a criança começa a ser capaz de racionalizar e contextualizar. Além disso, como fenómeno facilitador da entrada/integração na vida escutista, para a relação da e com a criança, é nessa altura (7anos) que a ela já “sabe ler”.
Além disto, é característica etária, aos 7 anos haver uma maior capacidade para lidar com novos conceitos e tirar frutos da vivência que o escutismo proporciona. Não significa isto que uma criança mais nova não possa viver as experiências escutistas, mas o que delas retira será apenas o prazer pelo prazer da actividade, não consegue apreender a sua mensagem educativa, não consegue interiorizar o significado mínimo do compromisso escutista, da promessa, não entende o conceito que está para além da festa que surge aos seus olhos como algo bonito, alegre, mas que é o menos importante.
Noutra perspectiva, há ainda que olhar para o lado dos recursos adultos do agrupamento e a sua capacidade para dar apoio a uma alcateia mais ou menos numerosa, com jovens muito diferentes em autonomia e capacidade de entendimento, que leva a que alguns (poucos), normalmente os mais imaturos não consigam superar as provas das diversas etapas de progresso.
Aqui começa um momento de frustração para a criança, quando da parte dos dirigentes tem de haver a coragem de decidir pela incapacidade (ainda que temporário) daquela criança para assumir um compromisso que se quer sério logo desde o primeiro momento. Aqui, repito, começa um momento de frustração também para alguns pais (e conflito), porque o filho não faz a promessa como os demais, é ainda um momento de algum desalento para o bando a que o jovem pertence porque encontra um “Pata Tenra” onde em teoria já devia estar um Lobito.
Se há pais que percebem, outros há que necessitam de informação (e este é também o papel do Dirigente), se há pais que aceitam, outros há que pura e simplesmente retiram os filhos do movimento, ou do Agrupamento.
Posto isto nunca é demais reforçar que cabe aos pais o dever de educar e de decidir o caminho dos filhos no escutismo. 6 ou 7 anos ?. É dever do Dirigente decidir da aceitação ou não, face aos conhecimentos que tem do escutismo, face ao impacto que poderá causar na alcateia, face ao que numa primeira avaliação considerar, em diálogo com os pais, ser benéfico para a criança.
Impera neste domínio a necessidade do bom senso, tanto por parte dos pais que propõem a admissão, como por parte do Agrupamento que decide a admissão.

sábado, 4 de julho de 2009


VII ACAGRUP-2009

Este ACAGRUP, foi, de facto, uma experiência interessante. É claro que o acampamento teve perspectivas diferentes em cada um de nós, mas vou explicar um pouco do que aconteceu e também o meu ponto de vista.
Bem, após termos deixado a sede e os nossos pais, embarcámos naquilo que esperávamos ser uma grande aventura. Depois de muitas horas passadas, quando chegámos a campo… durante a montagem das tendas, nós (os mais velhos) apercebemo-nos de que os lobitos se sentem valorizados apenas por fazerem algo, mesmo que não seja muito, que de certa maneira, eles sabem que pode ajudar (o que já nos tinham dito os chefes na primeira reunião de guias).
No primeiro dia não saímos das redondezas. Após a montagem de campo iniciámos a cerimónia de abertura com uma oração entre agrupamento, em que o Pe.Luzia nos deu a conhecer um pouco da vida de S. João. Ainda antes de irmos descansar após um longo dia de trabalho realizámos uma caminhada, que se tornou mais interessante principalmente para os mais novos, pois assistimos a um pequeno jogo de futebol.
Os dias foram-se passando: no segundo dia houve um jogo de vila no concelho de Vila Verde, no terceiro ficámos todo o dia na praia fluvial, na qual realizámos um jogo. Mas todos estavam ansiosos pelo dia 27 (Sábado). E porquê? Bem, resume-se em poucas palavras: FIM-DE-SEMANA RADICAL. Sim, era isto o que todos esperavam. Talvez não fossem completamente todos, de certa maneira. Mas os que não ansiavam este dia aprenderam a gostar dele. E além do mais, o que é ser-se escuteiro sem actividades radicais? Ah! e não nos podemos esquecer que também tivemos muito tempo para dar uns mergulhos na piscina(aquilo que também todos esperávamos). Enfim, muitos momentos de convívio, alegria e divertimento. E ainda estivemos presentes na Eucaristia de Domingo, para finalizar o acampamento.
Ao longo destes dias todos aprenderam muito uns com os outros: os mais novos com os mais velhos, e mesmo os mais velhos com os mais novos. Penso que passámos grandes momentos que nos marcaram e espero que viagens como as nossas nunca sejam esquecidas.
Francisco Magalhães